sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Clipping Digital

Entrevista de Washington Fraga ao Jornal O Popular do dia 24 de setembro de 2010.

É preciso fortalecer o pequeno empresário”

Carla Borges


O candidato do PSOL ao governo de Goiás, Washington Fraga Guimarães, de 52 anos, acredita que o partido, que tem apenas cinco anos de fundação, sairá fortalecido das urnas em 3 de outubro e tem possibilidade de eleger mais de um deputado estadual. Oriundo de movimentos populares e do sindicalismo, ele defende a atuação do Estado no fortalecimento de pequenos empresários e de agricultores familiares, eliminando os atravessadores e estimulando o cooperativismo, como alternativas de distribuição de renda e riqueza. Fraga também apresenta propostas polêmicas, como a de limitar o plantio de cana-de-açúcar no Estado e reavaliar o pagamento da dívida. "Temos boas condições para negociar, já que o Brasil está emprestando dinheiro para o FMI", afirma. Nesta entrevista, ele fala também sobre as divergências internas do partido, que em Goiás não faz campanha para o presidenciável Plínio de Arruda Sampaio.

Por que o senhor quer ser governador de Goiás?

Foi uma decisão do partido. Eu coloquei meu nome à disposição e o partido fez uma avaliação, através de congressos e reuniões. Dentro da convenção do partido, a candidatura foi aprovada por unanimidade. Como é um partido de esquerda, estou cumprindo uma missão.

Como é a experiência de ser candidato a governador?

Bastante interessante. Temos encontrado pessoas, feito debates, temos feito nossas caminhadas no comércio, em feiras livres, levando nossas propostas. Tem sido experiência produtiva.

Qual é o objetivo do PSOL nesta eleição?

O PSOL é um partido jovem, com cinco anos de fundação, formado por dissidentes do PT, que deixaram o partido depois do mensalão e da reforma da Previdência. A proposta é construir um partido de esquerda e disputar eleição. Temos também a pretensão de eleger nossos deputados estaduais. Entendemos que na Assembleia Legislativa há espaço para que façamos uma discussão com a sociedade, para debater temas de interesse, como transporte, saúde, educação. Nós queremos nos firmar como alternativa de esquerda no Estado de Goiás e apresentar nossas propostas, que devem ser para atender os interesses da população. Para nós, nos últimos 28 anos esse mesmo grupo que está dominando a política deixou muito a desejar no atendimento à população. A educação pública, a infraestrutura, a saúde, a segurança vão muito mal. Em 2009, o Estado aplicou só 0,06% do PIB na infraestrutura, o que mostra que essa política deixou muito a desejar. Se tivesse feito investimentos em infraestrutura, Goiás teria crescido mais do que cresceu.

Como melhorar a distribuição de renda e riqueza?

Precisamos fortalecer o micro e o pequeno empresário, dando subsídio para que se torne um médio e grande empresário. Porque os grandes geradores de emprego em Goiás são a pequena e a média empresa. Nós temos cerca de 200 grandes empresas em Goiás e mais de 100 mil pequenas e médias. É demonstrado que uma banca na Feira Hippie gera em torno de 10 a 12 empregos. Entendemos que devemos fortalecer também a agricultura familiar. Temos em Goiás 140 mil pequenos agricultores, que estão sem nenhuma assistência técnica. Esse agricultor familiar está jogado no campo, precisa de assistência técnica, infraestrutura. Aí entra a questão da Celg: entendemos que ela deve estar sob controle do Estado. Observamos hoje em Goiás que um pequeno produtor de leite que tira 200 litros tem renda mensal de 500 reais. Precisamos quebrar os atravessadores, fortalecendo as cooperativas, que é uma coisa que dá certo. Desses 140 mil produtores, só 20% estão organizados em cooperativas. Queremos discutir também o zoneamento da agricultura, o avanço da cana. Pretendemos fazer um debate na Assembleia Legislativa e criar uma lei que limite esse avanço violento da cana-de-açúcar.

Quais são suas propostas para a educação?

Precisamos construir nas grandes cidades o que entendemos como educação integral, que não é essa escola integral que existe atualmente. Hoje o aluno vai para a escola integral e não tem atividades. Nós entendemos que essas escolas devem ter atividades permanentes esportivas, de cultura e também preparando os jovens para o mercado de trabalho, abrindo a perspectiva de gerar mão-de-obra qualificada. Defendemos também a valorização dos profissionais. Entendemos que é inconcebível propor dar um notebook para cada aluno quando ainda há em Goiás escolas de placa de cimento, sem as mínimas condições físicas de funcionamento. Precisamos investir na infraestrutura das escolas. É inconcebível que em Goiás e no município de Goiânia os professores ainda não recebam o piso salarial aprovado pelo Congresso Nacional.

O próximo governador terá um pequeno orçamento. Como o senhor pretende aumentar os recursos para investir?

Vamos ter de discutir o pagamento da dívida do Estado de Goiás, que é a quarta maior da Federação. De 15% a 16% da arrecadação do Estado estão comprometidos com o pagamento da dívida. Entendemos que vamos juntar com os outros governadores para alongar essa dívida, discutir prazo, porcentual a ser pago. Hoje no Brasil as condições são boas para essa negociação, haja visto que o Brasil está até emprestando para o FMI. Temos de reavaliar essa renúncia fiscal. Só para a cana-de-açúcar, em dez anos, a renúncia é em torno de R$ 28 bilhões. Fazendo as contas, percebemos que para gerar 92 mil empregos, cada emprego está custando para o Estado R$ 300 mil. Quero deixar claro que não sou contra o subsídio, mas temos de avaliar bem para não comprometermos a receita do Estado, para termos dinheiro para investir em educação e saúde. Não adianta dar esse subsídio e deixar 5 milhões de goianos sem acesso à educação, saúde e segurança de qualidade.

Quais são suas propostas para a saúde?

Temos de descentralizar, construir hospitais de urgência nas regiões, terminar as obras iniciadas por esses governos, que dão prejuízo enorme, caso do Entorno de Brasília, onde moram 700 mil pessoas. Precisamos desconcentrar de Goiânia, onde há déficit de leitos de UTI. Precisamos valorizar os profissionais de saúde, não podemos servir de chacota quando uma criança morre porque não tem um cirurgião cardiovascular, por causa da ausência do poder público. Temos de realizar mais concursos, pagar salário digno e justo a esses profissionais pelo nível de importância que eles têm.

O que o senhor propõe para o saneamento?

Quero deixar claro que não sou contra o subsídio, mas temos de avaliar bem para não comprometermos a receita do Estado, para termos dinheiro para investir em educação e saúde. Não adianta dar esse subsídio e deixar 5 milhões de goianos sem acesso à educação, saúde e segurança de qualidade.

Quais são suas propostas para a saúde?

Temos de descentralizar, construir hospitais de urgência nas regiões, terminar as obras iniciadas por esses governos, que dão prejuízo enorme, caso do Entorno de Brasília, onde moram 700 mil pessoas. Precisamos desconcentrar de Goiânia, onde há déficit de leitos de UTI. Precisamos valorizar os profissionais de saúde, não podemos servir de chacota quando uma criança morre porque não tem um cirurgião cardiovascular, por causa da ausência do poder público. Temos de realizar mais concursos, pagar salário digno e justo a esses profissionais pelo nível de importância que eles têm.

O que o senhor propõe para o saneamento?

Nossa proposta é de universalizar o saneamento básico em Goiás. Está comprovado que a cada real investido em saneamento, economiza-se de 4 a 5 reais na medicina curativa. A saúde tem de estar atrelada ao saneamento. Através dele, há mais de 100 tipos de doenças que podem ser evitadas. Para universalizar, vamos buscar revitalizar a Saneago, para que ela tenha condições de pleitear recursos do FGTS. Hoje no Brasil, só 10 das 27 empresas de saneamento estão habilitadas a buscar esses recursos e a Saneago não está entre elas. Vamos recuperar a Saneago. No nosso governo, teremos uma política estadual de saneamento. Precisamos mudar também a gestão das empresas públicas. Acabaram com várias empresas, como BEG e Caixego. Vamos blindar as empresas que existem, para que não sejam destruídas. Os trabalhadores assumirão direções, por meio de um plano de carreira gerencial. As empresas devem ser controladas pela sociedade organizada, por meio de um conselho fiscalizador da gestão das empresas públicas. Somos contra a privatização da Celg e da Saneago. Não vamos aceitar, como já sabemos, que empreiteiras estão se organizando para fazer parcerias público-privadas no setor de saneamento.

Como o senhor pretende reduzir a criminalidade?

A segurança pública não se resume a comprar armamentos e viaturas. Não é uma questão só de governo como instituição. É preciso a participação da sociedade organizada para planejar ações, porque a criminalidade está muito organizada. Não podemos deixar que existam grupos de extermínio em Goiás. Como segurança pública tem de pertencer à população, temos de construir um fórum para planejar ações. Algumas ações temos de tomar de imediato, como a valorização dos profissionais, não só financeiramente. Temos de preparar a polícia para prestar um serviço de melhor qualidade. Ela tem de estar preparada para atender o cidadão, tem de ser uma polícia cidadã, que se aproxime do povo, não que o povo tenha medo da polícia. É possível fazer isso. Temos de investir no ser humano, os policiais precisam de atenção especial.

O senhor acredita que o PSOL elegerá um deputado?

Acredito que elegeremos mais de um. Tenho andado, vejo o nível dos eleitores de Goiás, que tem melhorado. A população está mais crítica, percebe que precisa valorizar o voto. Dar 15 litros de gasolina para comprar voto não resolve mais. No dia da eleição, a população vai escolher o melhor. E a proposta do PSOL se aproxima da população. Não adianta dizer que vai dar notebook, criar bolsa-churrasco, que isso a população não engole mais. Ela quer o candidato olhando nos olhos e falando a verdade.

Por que o PSOL em Goiás não está fazendo campanha para Plínio Arruda Sampaio, candidato a presidente?

O Plínio viria a Goiás no dia 25 de agosto, mas houve um problema de agenda. Havíamos preparado um evento, visitas a sindicatos. Mas em Goiás houve uma disputa entre os companheiros Martiniano (Cavalcante) e Plínio. Mas da parte de minha candidatura, de outros companheiros não há nada contra o Plínio. Estamos ainda insistindo para que ele venha a Goiás e vamos recebê-lo de braços abertos.

domingo, 19 de setembro de 2010

Sabatina Washington Fraga na Rádio 730

Vídeo com música de apoio a Washington Fraga

Agenda para segunda-feira (20/09)

8h às 12h - Reunião com coordenação de campanha no Comitê

14h às 18h - Panfletagem no Terminal da Vila Brasília e caminhada na Avenida Rio Verde em Aparecida de Goiânia

22h - Debate na TV Record

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Agenda Washington Fraga para sábado (18/09)


9h - Panfletagem na feira livre do Setor Marechal Rondon

14 h - Reunião com coordenação de campanha e preparação para o Debate da Rede Record

18 h - Visita ao Clube da Saneago


terça-feira, 14 de setembro de 2010

Debate na Universidade Federal de Goiás (UFG)

No dia 13 de setembro, segunda-feira, foi realizado pela manhã, no auditório da Universidade Federal de Goiás (UFG), mais um debate entre os governadoriáveis. Os candidatos Marconi Perillo (PSDB) e Iris Rezende Machado (PMDB) não compareceram ao debate, atestando mais uma vez a covardia daqueles que representam a velha política elitista e coronelista em Goiás. Washington Fraga, mais uma vez ganhou o debate. Confira as fotos: